quarta-feira, 3 de agosto de 2016

PART 2 - MEMORIES OF THE PAST

 Assim que acordei percebi que já eram 17h00. Me levantei pra fechar a janela e notei que já quase não se via mais o sol. Peguei meu celular na cômoda e notei que tinha um SMS do Erick.
 
    Social hoje na casa da Raquel. Topa? - E 

 Em sã consciência a minha resposta seria não, mas senti que ela estava querendo roubar o meu amigo de mim, e isso eu não iria permitir. Então mandei uma mensagem respondendo que sim e perguntando o horário.

   Fiquei pronto antes mesmo das 19h00 e na hora que o Erick chegou eu já estava lá embaixo o esperando.
  A casa da Raquel parecia um palácio, e diferente do que eu pensei não tinha rosa por toda parte. Isso é um sinal de que a mãe dela é ajuizada e que pelo que meus olhos estavam vendo ela tinha um ótimo gosto também.

  As pessoas começaram a chegar. Uns levavam pizza, outros bebidas, notei até maconha. O que fez com que eu me sentisse meio de fora, já que não bebo e nem fumo. Confesso que por um momento me bateu uma vontade enorme de experimentar maconha, mas pensei no que o meu pai falaria pra mim, então decidi ir procurar o Erick, que disse que tinha ido buscar um refrigerante pra mim e nada de aparacer.
  Procurei por toda parte, nos quartos, no banheiro e até mesmo no porão, mas nada dele. Foi aí que percebi que a Raquel também tinha sumido, então juntando as peças a songamonga só poderia estar com o Erick. Tentei não ficar pensando muito onde ele poderia estar e tomei coragem de ir tomar um dose do que o Bruno estava oferecendo a todos.

 - E aí, Sky. Vai querer?
 - Claro - falei enquanto me preparava psicologicamente pra engolir aquilo.
 - Vai, vira de vez - ele disse enquanto me dava um pequeno copo cheio daquilo que eu nem sabia o que era, sei que o cheiro era muito forte.

  Bebi como se estivesse tomando remédio e aquilo desceu rasgando, meu estômago revirou e eu nem parecia eu de tão animado que fiquei, Quando percebi o Bruno estava me puxando pra um canto mandando eu pegar leve. Mas como assim, eu nem havia feito nada.

 - Não fez nada? Cara, você queria entrar no freezer pra tirar foto e postar, e você nem gosta de tirar fotos e sem falar que depois da primeira dose você bebeu mais quatro.
- Mas eu estou de boa, não precisa ficar me segurando com esse seus braços musculosos. Inclusive, que braços hein? Você malha? - disse eu enquanto apertava o braço dele.

 Ele começou a me olhar rindo e só naquele momento percebi que ele tinha um sorriso maravilhoso. Como é que eu nunca tinha reparado?

 - Não flerta comigo, você nem gosta de mim. Lembra o que eu te fiz na quarta série? - disse ele enquanto me colocava pra sentar.
 - Isso tem tanto tempo, Brubru - falei e deitei ao mesmo tempo, eu não estava me aguentando em pé.
 - Brubru? - perguntou rindo.
 - Sim, somos amigos agora, tipo muito amigos, tipo best friend sabe? - ele nem conseguia responder de tanto que estava rindo, mas antes mesmo que ele falasse qualquer coisa o Erick chegou.
 - Onde você estava, Sky? Te procurei por toda parte, cara - disse ele se sentando ao meu lado.
 - Procurou? Acho que não hein - assim que falei comecei a rir sozinho, não parava, minha barriga até doia
 - Ele tá bêbado, Bruno?
 - Sim, digamos que ele tenha passado um pouco do ponto.
 - Não chama ele assim, o nome dele é Brubru.
 - Preciso te levar pra casa, o teu pai vai me matar - ele disse enquanto tentava me deixar sentado - Me ajuda a colocar ele no carro, Bruno?
 - Claro, cara

 Enquanto o Erick dirigia o mundo parecia girar. Notei que ele tinha parado no estacionamento do mercado que ficava do lado do meu prédio e perguntei se não iria me levar pra casa.

 - Você não vai entrar desse jeito, não quero que teu pai fique brigando com você. Dorme aí um pouco que daqui a uma hora eu te acordo.

 Não só dormi uma hora e quando acordei o sol já estava nascendo. Só pensei no castigo que meu pai iria me dar, mas isso eu resolvo depois. Olhei pro banco da frente e vi que o Erick não estava, e nem eu estava mais no estacionamento do mercado, mas sim no Pier da cidade. Saí do carro e o procurei, ele estava sentando onde costumávamos sentar pra conversar no Reveillon.

 - Porque não me acordou? perguntei me sentando ao lado dele.
 - Não quis te acordar, você precisava descansar.
 - Eu nem lembro de nada, desculpa se dei trabalho.
 - Não, todo mundo adorou conhecer esse seu lado. O Brubru principalmente - ele disse rindo.
 - Brubru? Bruno? Meu Deus. Eu não o suporto, ele colou chiclete no meu cabelo na quarta série. Lembra?
 - Eu lembro, até bati nele pra te defender.
 - Foi mesmo, até levou advertência só pra me proteger. Aquele ano foi louco, tanta coisa aconteceu.
 - Momento nostalgia agora é?
 - Claro, naquele ano foi quando tudo mudou na nossa vida.
 - Tem uma coisa naquele ano que nós nunca falamos sobre
 - O quê? - perguntei já sabendo a resposta.
 - Você tinha 10 anos, e estava curioso pra saber como beijava.
 - Não precisamos conversar sobre isso. Você mesmo disse pra esquecer, até ficou sem falar comigo por meses, Erick.
 - Deixa eu continuar.
 - Tá - abaixei a cabeça e comecei a ouvi-lo
 - Você estava curioso e não parava de me perguntar como era beijar e eu já sabia porque tinha beijado a priminha do interior. Na inocência só pensei em ajudar um amigo a saber como beijava e então te beijei
 - Para.
 - Já pedi pra ficar quieto - ele disse e continuou a falar - Quando você me perguntou se eu tinha gostado quando tinhamos 13 anos eu menti.
 - Como assim? falei, agora olhando em seus olhos.
 - Eu menti, disse que não tinha gostado, mas eu gostei.
 - E porque mentiu? - perguntei com medo da resposta.
 - Por medo daquilo se repetir, então eu fugi.
 - Entendo.
 - Posso tirar uma duvida? - ele disse botando suas mãos frias em meu rosto.
 
  Eu apenas concordei com a cabeça e quando percebi os seus lábios estavam colados nos meus.

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