domingo, 14 de agosto de 2016

PART 5 - I THINK SOMEONE WANTS MORE THAN FRIENDSHIP

Diferente de como eu pensei fui tudo maravilhoso, ele não foi egoísta e fez questão de me dar prazer também, Manuseava o meu corpo como se tivesse segurando uma criança, com toda delicadeza do mundo,
  Confesso que quando ele adentrou o seu pau em mim senti umas dores que me incomodaram, mas ao longo dos movimentos de vai e vem a dor foi ficando suportável e prazerosa.

  - Gostou? - disse ele me abraçando por trás.
  - Que brocha perguntar isso, cara - ri desesperadamente.
  - Eu sei que não é normal perguntar, é que... deixa pra lá, desculpa - tirou seus braços do meu corpo e se sentou na cama.
  - Mas - ele se virou pra mim - Eu gostei, foi legal.
  - Isso quer dizer que...
  - Sim, terá próxima - não deixei com que ele terminasse de falar e o beijei.


 Durante o beijo senti algo vibrar na cama, era o meu celular.

 - Onde você está, Sky? - falou, ou melhor, gritou o meu pai.
 - Estou no Erick, já estou indo.
 - Mentira sua, o Erick acabou de vim aqui atrás de você. Venha agora, te dou meia hora.

 Nem deu tempo nem de que eu tentasse inventar outra mentira, o meu pai já tinha desligado.

 - Eu preciso ir embora agora, o meu pai vai me matar.
 - Calma, eu te levo. Pode ser?
 - Tá bom, mas tem que ser agora.
 - Tá, deixa eu vestir um short.

  Eu vesti minha roupa em um tempo recorde, saí do quarto sem nem pensar que os pais dele poderiam estar na sala. Pegamos o elevador e fomos direto pro estacionamento, entramos no carro e fomos a caminho da minha casa.
 Só naquele tempo parei pra pensar no Erick e no que ele teria ido fazer na minha casa, não tinhamos marcado nada da escola ou algo do tipo.
 Chegamos no prédio eu já ia saindo do carro sem nem dar tchau ao Bruno.

  - Obrigado né - ironizou.
    Dei um selinho nele e sair.

  Cheguei em casa e fui direto pro meu quarto, notei que meu pai tinha saído. Iria aproveitar o tempo pra inventar alguma coisa. Assim que entro me deparo com o Erick sentando na minha cama.

  - Oi - disse ele,
  - Oi, achei que já tivesse ido embora.
  - Decidi esperar, seu pai saiu pra buscar a sua mãe e me deixou ficar. Onde você estava?

  Eu sempre me abri com o Erick, tudo que acontecia na minha vida eu contava a ele. Mas, aquilo não me pareceu certo. Primeiro pelo Bruno não ser assumido e segundo o Erick o odiava, então fiquei meio receoso de contar, mas ele é meu amigo precisava saber do que tinha acontecido.

  - Estava com o Bruno.
  - Como assim com o Bruno? - ele levantou depressa e veio na minha direção.
  - Sim, com o Bruno, Algum problema? - não tinha entendido a sua reação
  - Não, nenhum. O que aconteceu entre vocês?
  - Nós transamos - fui curto e grosso.
  - Tá brincando né? Você falando isso na maior tranquilidade?
  - Não estou brincando, sério.
  - E cadê aquele papo de que só ia perder a porra da virgindade com alguém que gostasse?
  - Dá pra você se acalmar, eu não estou te entendendo. Só é uma virgindade, já foi.
  - Eu preciso ir embora, depois a gente se fala.
  - Porque isso? - ele nem me respondeu, saiu do quarto e eu não fiz questão de ir atrás.

 Não entendi o porque do Erick estar daquele jeito, sempre entendi a mania dele de me defender em tudo, até achava muito fofo, mas aquilo me parecia outra coisa, e se chamava ciúmes, Não tinha motivos, mas entendo, Ele deve achar que vou trocá-lo pelo Bruno. Depois ligo pra ele, preciso de um banho.
 Voltei do banho e tinha algumas chamadas do Bruno. Retornei pra ele.

 - Me ligou?
 - Sim. O seu pai brigou com você?
 - Ainda não conversamos. Mas vou dizer a verdade.
 - Que transamos? - disse ele rindo.
 - Não né, idiota. Vou dizer que estou conhecendo alguém, que tenho 17 anos e isso uma hora iria acontencer.
 - Pois é, chega de viver com medo do seu pai.
 - Tenho que desligar agora, vou ligar pro Erick tá?
 - Tudo bem. Boa noite, tente não sonhar comigo hein
 - Convencido. - desliguei.

Liguei algumas vezes e nada do Erick atender. Decidi dormir, assim com a chegada do meu pai ele não iria me acordar e conversaríamos no dia seguinte quando eu chegasse da escola.

  O despertador tocou 20 minutos antes, como de costume, Me arrumei rápido e comi uma maça enquanto esperava o meu pai descer,

  - Vamos, e não vá pensando que não vamos conversar quando voltar tá?
  - Tá.

 Cheguei na aula e a bolsa do Erick estava, mas ele não. Presumi que ele já estivesse ido pra aula de Educação Física, então fui pra quadra.
 Os meninos estavam jogando basquete e notei que o Erick parecia estressado, empurrando os meninos com força até que empurrou o Bruno.

 - Tá nervosinho é Erick? - perguntou o Bruno
 - Foi mal aí.
 - Já até acho o que foi - continuou - já deve estar sabendo o que rolou entre mim e o Sky.
 - Cala a boca, cara, Alguém pode ouvir.
 - E daí? acho que isso só ta incomodando você.

 Quando cheguei na quadra vi o Erick gritando com o Bruno, previ que as coisas iam esquentar,

domingo, 7 de agosto de 2016

PART 4 - THE RIGHT GUY, SKY?

 Eu fiquei parado sem reação, nem dei tchau ao Bruno. Quando dei por mim ele já estava saindo do banheiro.
 Eu nunca tinha parado pra pensar que o Bruno ficava com homens, pelo contrário, ele matinha a pose de machão, ficava com várias garotas da escola e até um tempo atrás namorava a sonsa da Raquel. Por um momento me passou pela cabeça que ele estivesse brincando comigo, era bem a cara dele fazer esse tipo de coisa. Mas, por outro lado algo em mim desejou que fosse verdade e pra saber isso só se eu tentasse, não é mesmo? Então vamos a caça.
 Voltei pra sala e durante todas as aulas eu não parava de pensar no que havia acontecido no banheiro. A dúvida permanecia na minha mente, então decidi que assim que chegasse em casa iris ligar pro Bruno.
  As aulas foram passando devagar, até que chegou a tão sonhada hora de ir embora. O meu pai como sempre se atrasou e tive que ficar alguns minutos a mais na frente da escola enquanto o esperava,

  - Oi filho, o Erick não vai com a gente hoje?
  - Não. Ele ficou de resolver umas coisas na secretaria. - não sei nem porque menti pro papai, mas as palavras saíram automaticamente da minha boca.
  - Podemos esperá-lo. O que acha?
  - Não, realmente não precisa. Vamos. - então partimos.

 Quando cheguei em casa corri pro meu quarto, o tranquei e fui ligar pra o Bruno. Chamou umas três vezes até que.

  - Sabia que você iria ligar, só não imaginei que fosse tão rápido assim - disse ele convencidamente.

 As minhas mãos começaram a tremer enquanto eu segurava o telefona, fiquei nervoso e sem saber o que dizer.

  - Ainda tá aí? Sky?
  - Oi. Estou. Como sabia que era eu?
  - Não ando dando meu número pra muitas pessoas - disse rindo.
  - Ah, entendo.
  - Só vai dizer isso? Achei que fosse falar dos meus braços, algo do tipo,
  - É que,,. - antes mesmo que eu terminasse a frase ele me interrompe.
  - Você quer?
  - Eu não sei. Você não está mesmo brincando comigo?
  Ele começou a rir desesperadamente - Você é sempre desconfiado assim? Já sei, é virgem né?
  - Não, não é isso - e mais uma vez eu estava mentindo. Eu não fazia a menor noção de como era transar com um cara, isso o Erick não me ensinou. Quando eu ficava com os caras e o clima esquentava eu sempre fugia, tinha medo de que meu pai descobrisse ou algo do tipo,
 - Então não vai ter nenhum problema você vim pra minha casa hoje a tarde, né?
 - Continua morando no mesmo lugar?
 - Sim, ás 15h00 pode ser?
 - Marcado.
 Assim que desliguei foi que percebi que eu tinha acabado de marcar a minha primeira transa, Várias coisas começaram a passar na minha cabeça, como o fato de que se eu falasse a verdade ele iria achar estrango um gay ainda ser virgem aos 17. Se ele iria ser carinhoso ou pegar pesado comigo. Pensei tanto que quando percebi já faltavam 20 minutos pra horário em que marcamos. Ele morava um pouco longe, então fui correndo tomar um banho e fazer uma breve depilação, afinal não queria me atrasar.
 O Bruno morava em frente a praia, o prédio dele era um dos mais altos da cidade. Entrei no elevador e fui pra o último andar, onde ficava o terraço, precisava pensar se realmente era aquilo que eu queria.
 Eu sempre me imaginei transando com um cara que eu gostasse, diferente dos outros gays que eu já conheci. Ficava com todo um filme criado na minha cabeça imaginando que seria tudo perfeito. Mas e senão fosse? e se tudo desse errado? se ele só estivesse brincando comigo. Na minha vida tudo se resume a esse e "se", eu tô cansado disso, da frescura de esperar o cara certo.

  - Achei que não iria vir mais - disse ele abrindo espaço pra que eu entrasse.
  - É que me atrasei um pouco, você também mora um pouco longe né.
  - Pois é. Quer tomar alguma coisa, água ou wisky?
  - Não, eu não bebo. - percebi que aquilo soava muito engraçado naquele momento.
  - Claro que não - ironizou. - Então, vamos pro quarto?
  - Já? assim? - falei constrangido
  - Não, não é pra isso já. Só que é melhor conversarmos lá, meus pais chegam daqui a pouco.
  - Mas eles não vão perguntar quem tá com você? - ele pareceu notar o meu medo.
  - Relaxa. Vem? - estendeu a sua mão.

 Aquela era a hora, se eu segurasse a mão dele eu estaria dando a certeza de que iria fazer aquilo, Decidi não pensar muito, poderia desistir, então segurei em sua mão e seguimos até seu quarto.
 O quarto dele era equivalente a duas salas da minha casa. A cama grande, macia, não teria lugar melhor pra fazer aquilo.
 Sentamos e começamos a conversar sobre o que íamos cursar na faculdade, lugares em que desejávamos visitar. Contou como foi sua ida a New York quando eu disse que meu sonho seria morar lá e fazer faculdade de moda, Conversamos tanto que notei que o Sol já estava a desaparecer,
 Enquanto eu olhava pela janela senti os seus braços em volta do meu corpo, suas mãos desciam pela minhas pernas em movimentos de vai e vem, até que ele me vira e choca o meu corpo ao dele, fazendo assim com que nos beijássemos.
 Os beijos dele eram tão intensos, o seu toque me deixava sem ar, Ele agarrava o meu cabelo, levando a minha cabeça ao encontro do pau dele, fazendo movimentos de vai e vem. Ele tirou as minhas roupas e me deixou só de cueca.

  - Você tem certeza? - disse alisando o meu rosto.
  - Sim.

 Nos beijamos intensamente até que sinto ele por inteiro dentro de mim. Aconteceu.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

PART 3 - BIG BRUNO

 Por um momento eu me senti aquela criança de 10 anos, que tinha acabado de dá o seu primeiro beijo. A água do mar de repente não estava mais tão agitada, ao menos não mais que as batidas do meu coração. Tudo parou, e pareceu só existir nós dois ali. Aquilo estava muito bom, ele beijava tão bem. Eu não queria que parasse nunca mais, mas de repente ele parou e se afastou de mim. Eu me assustei, ficamos calados por um tempo, mas eu decidi quebrar o silêncio.

  - Se arrependeu? - perguntei preocupado, ele parecia estar bem arrependido.
  - Não é isso, é que isso vai mudar tudo. Você sabe. - disse ele enquanto tacava pedras na água.
  - Não, isso não muda nada. Lembro como foi da última vez, e não quero vê-lo distante de mim de novo, então vamos esquecer. - me levantei e o puxei com o mão. - Vem, temos que ir.

 Percebi que ele não estava nem conseguindo olhar nos meus olhos enquanto dirigia a caminho da minha casa. O que é bem estranho, já que o Erick adora conversar enquanto dirige. Mas não quis forçar a barra e fomos todo o caminho sem dar uma palavra um com outro.
  Assim que chegamos a frente do meu prédio eu só dei tchau e saí, nem o abracei como de costume. Eu estava tão cansado, mas enquanto o elevador não chegava até o meu andar eu só pensava na bronca que o meu pai iria me dar.
 Eu nem precisei bater na porta e a mamãe já estava saindo pra trabalhar, dei um beijo em seu rosto enquanto ela me olhava com aquela cara de "depois a gente conversa, mocinho"
 A minha mãe, a dona Lúcia, é a melhor mãe do mundo, sério. Ela, diferente do meu pai, é tão calma e me entende só com um olhar. Quando me assumi gay ela disse que sabia o tempo todo, e que me aceitaria de qualquer jeito. O meu pai no começo bateu o pé, mas aceitou. Sei que independentemente das nossas brigas ele me ama muito e só quer o meu bem, assim como eu quero o dele.
  Entrei no meu quarto e logo em seguida o papai entrou no quarto, e nem ao menos brigou comigo. Como assim?

  - Bom dia, filho. Fiquei preocupado ontem, mas ainda bem que o Erick ligou pra dizer que você iria dormir lá, carregue o celular dá próxima vez. - disse enquanto ia saindo do quarto.

Ufa, ainda bem que o Erick sempre tem um jeito pra tudo. Notei que ainda faltavam 30 minutos pra chegar a hora de ir pro colégio então fui tomar uma ducha e aproveitar pra comer algo.
 Enquanto eu fazia o meu café da manhã o beijo do Erick me veio na mente. Mas eu não podia ficar pensando naquilo, o Erick é só meu amigo e fim. Decidi ligar pra ele pra saber se iria querer carona, mas nada dele atender. Tentei mais duas vezes até que ouvi o papai gritar.

  - Vamos, Sky. Vai se atrasar. - gritou ele como se o mundo fosse acabar a qualquer momento.

 Cheguei no colégio e fui direto pra sala, notei que a cadeira do Erick estava vazia ainda. Ele deve nem ter conseguido acordar, o coitado deveria estar bem cansado. Fui a caminho da minha cadeira e senti uma mão me tocar por trás na esperança de que fosse o Erick, mas era só a professora me pedindo pra se sentar.
 
    - Tá, mas posso ir ao banheiro antes? Prometo que é rapidinho.

 Ela me olhou com uma cara de reprovação, mas deixou mesmo assim, só disse pra não demorar. Nem precisava ir ao banheiro, só fui tentar ligar mais vezes pro Erick. Quando cheguei pude ouvir a voz do Bruno conversando com alguém ao telefone. Eu estava morrendo de vergonha da noite passada e tudo que eu não precisava era me encontrar com ele, então saí do banheiro, mas antes mesmo que eu chegasse até a porta ouço a voz dele me chamar.

  - E aí, Sky - disse enquanto lavava a mão
  - Oi, Bruno. Sobre ontem, me desculpe por qualquer coisa, sério - falei sem nem olhar em seu rosto, ele pareceu notar meu nervosismo.
  - Bruno? Achei que meu nome fosse Brubru - disse rindo e continuou - mas relaxa, só disse que eu tinha braços grandes e bonitos.
  - Eu te chamei de Brubru?  E realmente você tem belos braços - falei envergonhado.
  - Obrigado. Pode tocar se quiser - encostou sem braços em mim

  Assim que ele disse que poderia tocar me deu vontade de enfiar a minha cabeça em um buraco. Achei que meu lado tímido fosse falar mais alto, mas automaticamente as minhas mãos já estavam rolando por todo o seu braço.
 
  - Grandes - murmurei, quase não se dava pra ouvir.
  - O que disse? - perguntou desnorteado.
  - Nada, pensei alto - fiquei nervoso, até gaguejei.

Percebi que enquanto eu checava o meu celular ele estava tirando uma caneta do seu bolso.

 - Vem, me dá a mão - disse enquanto puxava a minha mão direita ao alcance da dele.
 - Tá ai o meu número. Eu ouvi o que disse e não é só o braço que é grande.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

PART 2 - MEMORIES OF THE PAST

 Assim que acordei percebi que já eram 17h00. Me levantei pra fechar a janela e notei que já quase não se via mais o sol. Peguei meu celular na cômoda e notei que tinha um SMS do Erick.
 
    Social hoje na casa da Raquel. Topa? - E 

 Em sã consciência a minha resposta seria não, mas senti que ela estava querendo roubar o meu amigo de mim, e isso eu não iria permitir. Então mandei uma mensagem respondendo que sim e perguntando o horário.

   Fiquei pronto antes mesmo das 19h00 e na hora que o Erick chegou eu já estava lá embaixo o esperando.
  A casa da Raquel parecia um palácio, e diferente do que eu pensei não tinha rosa por toda parte. Isso é um sinal de que a mãe dela é ajuizada e que pelo que meus olhos estavam vendo ela tinha um ótimo gosto também.

  As pessoas começaram a chegar. Uns levavam pizza, outros bebidas, notei até maconha. O que fez com que eu me sentisse meio de fora, já que não bebo e nem fumo. Confesso que por um momento me bateu uma vontade enorme de experimentar maconha, mas pensei no que o meu pai falaria pra mim, então decidi ir procurar o Erick, que disse que tinha ido buscar um refrigerante pra mim e nada de aparacer.
  Procurei por toda parte, nos quartos, no banheiro e até mesmo no porão, mas nada dele. Foi aí que percebi que a Raquel também tinha sumido, então juntando as peças a songamonga só poderia estar com o Erick. Tentei não ficar pensando muito onde ele poderia estar e tomei coragem de ir tomar um dose do que o Bruno estava oferecendo a todos.

 - E aí, Sky. Vai querer?
 - Claro - falei enquanto me preparava psicologicamente pra engolir aquilo.
 - Vai, vira de vez - ele disse enquanto me dava um pequeno copo cheio daquilo que eu nem sabia o que era, sei que o cheiro era muito forte.

  Bebi como se estivesse tomando remédio e aquilo desceu rasgando, meu estômago revirou e eu nem parecia eu de tão animado que fiquei, Quando percebi o Bruno estava me puxando pra um canto mandando eu pegar leve. Mas como assim, eu nem havia feito nada.

 - Não fez nada? Cara, você queria entrar no freezer pra tirar foto e postar, e você nem gosta de tirar fotos e sem falar que depois da primeira dose você bebeu mais quatro.
- Mas eu estou de boa, não precisa ficar me segurando com esse seus braços musculosos. Inclusive, que braços hein? Você malha? - disse eu enquanto apertava o braço dele.

 Ele começou a me olhar rindo e só naquele momento percebi que ele tinha um sorriso maravilhoso. Como é que eu nunca tinha reparado?

 - Não flerta comigo, você nem gosta de mim. Lembra o que eu te fiz na quarta série? - disse ele enquanto me colocava pra sentar.
 - Isso tem tanto tempo, Brubru - falei e deitei ao mesmo tempo, eu não estava me aguentando em pé.
 - Brubru? - perguntou rindo.
 - Sim, somos amigos agora, tipo muito amigos, tipo best friend sabe? - ele nem conseguia responder de tanto que estava rindo, mas antes mesmo que ele falasse qualquer coisa o Erick chegou.
 - Onde você estava, Sky? Te procurei por toda parte, cara - disse ele se sentando ao meu lado.
 - Procurou? Acho que não hein - assim que falei comecei a rir sozinho, não parava, minha barriga até doia
 - Ele tá bêbado, Bruno?
 - Sim, digamos que ele tenha passado um pouco do ponto.
 - Não chama ele assim, o nome dele é Brubru.
 - Preciso te levar pra casa, o teu pai vai me matar - ele disse enquanto tentava me deixar sentado - Me ajuda a colocar ele no carro, Bruno?
 - Claro, cara

 Enquanto o Erick dirigia o mundo parecia girar. Notei que ele tinha parado no estacionamento do mercado que ficava do lado do meu prédio e perguntei se não iria me levar pra casa.

 - Você não vai entrar desse jeito, não quero que teu pai fique brigando com você. Dorme aí um pouco que daqui a uma hora eu te acordo.

 Não só dormi uma hora e quando acordei o sol já estava nascendo. Só pensei no castigo que meu pai iria me dar, mas isso eu resolvo depois. Olhei pro banco da frente e vi que o Erick não estava, e nem eu estava mais no estacionamento do mercado, mas sim no Pier da cidade. Saí do carro e o procurei, ele estava sentando onde costumávamos sentar pra conversar no Reveillon.

 - Porque não me acordou? perguntei me sentando ao lado dele.
 - Não quis te acordar, você precisava descansar.
 - Eu nem lembro de nada, desculpa se dei trabalho.
 - Não, todo mundo adorou conhecer esse seu lado. O Brubru principalmente - ele disse rindo.
 - Brubru? Bruno? Meu Deus. Eu não o suporto, ele colou chiclete no meu cabelo na quarta série. Lembra?
 - Eu lembro, até bati nele pra te defender.
 - Foi mesmo, até levou advertência só pra me proteger. Aquele ano foi louco, tanta coisa aconteceu.
 - Momento nostalgia agora é?
 - Claro, naquele ano foi quando tudo mudou na nossa vida.
 - Tem uma coisa naquele ano que nós nunca falamos sobre
 - O quê? - perguntei já sabendo a resposta.
 - Você tinha 10 anos, e estava curioso pra saber como beijava.
 - Não precisamos conversar sobre isso. Você mesmo disse pra esquecer, até ficou sem falar comigo por meses, Erick.
 - Deixa eu continuar.
 - Tá - abaixei a cabeça e comecei a ouvi-lo
 - Você estava curioso e não parava de me perguntar como era beijar e eu já sabia porque tinha beijado a priminha do interior. Na inocência só pensei em ajudar um amigo a saber como beijava e então te beijei
 - Para.
 - Já pedi pra ficar quieto - ele disse e continuou a falar - Quando você me perguntou se eu tinha gostado quando tinhamos 13 anos eu menti.
 - Como assim? falei, agora olhando em seus olhos.
 - Eu menti, disse que não tinha gostado, mas eu gostei.
 - E porque mentiu? - perguntei com medo da resposta.
 - Por medo daquilo se repetir, então eu fugi.
 - Entendo.
 - Posso tirar uma duvida? - ele disse botando suas mãos frias em meu rosto.
 
  Eu apenas concordei com a cabeça e quando percebi os seus lábios estavam colados nos meus.

PART 1 - GAME ON, SKY

 Naquela última semana de aula só se ouvia as pessoas falarem do baile de formatura, enquanto eu só pensava em saber se eu realmente tinha passado nas provas finais. Eu desejava ansiosamente me livrar daquela escola, daquelas pessoas.
 Por todo o corredor ouvia-se as pessoas conversando sobre o que vestir, quem convidar, até mesmo que cor de esmalte pintar a unha. Fico me perguntando o porque das pessoas dá tanta importância a esse baile idiota. Com toda certeza eu não vou sentir falta disso aqui, por mim eu só levaria o Erick na mala.
 Erick e eu nos conhecemos desde que me entendo por gente. Os nosso pais trabalham na mesma empresa e desde que nos conhecemos nunca mais nos desgrudamos. Mas ele, diferente de mim, é bem conhecido na escola. Joga no time de basquete e toda as garotas fariam de tudo pra sair com ele, loiro e de olhos azuis quem não iria gostar.
   Falando nele...

 - Oi, Sky - disse ele enquanto amarrava o seu moletom em sua cintura
 - Oi. Eu já estou indo pra casa, a minha última aula foi vaga. Você vai querer carona?
 - Não, valeu. A Raquel ficou de me levar hoje. Tenho que ir, depois nos falamos - disse ele enquanto ia ao encontro da Raquel.

  A Raquel é aquele tipo de pessoa que acha que tudo tem de ser do jeito dela. Ela está organizando o baile da escola, então presumo eu que as pessoas podem até ficar cegas com tantas luzes rosas e unicórnios por metro quadrado. Ela me dá nojo.

                               
 Assim que cheguei em casa meu pai insistia pela milésima vez pra que eu fizesse direito. Mas não é o que eu quero, ele parece nunca entender isso.

 - Mas porque não, Sky? É um curso maravilhoso, além de ganhar muito bem.
 - Porque eu não quero, pai. Não é o que eu tenho vontade de fazer, nunca tive - falei impaciente enquanto o via me olhar com aquela cara de desgosto.
 - Não acredito que eu trabalho feito um condenado pra apagar um dos melhores colégios dessa cidade pra você não cursar o que eu quero. Você me deve.
 - Não, pai. Para. Eu não te devo nada. Até um mês atrás você mesmo disse pra eu fizesse o que eu tinha vontade, e agora vem como esse papo de que eu te devo alguma coisa?
 - Isso foi antes de você se assumir gay. Fazer faculdade de moda, Sério? Quem vai te levar á sério?

 Olhei pra ele e não disse nada, estava com muita raiva pra brigar naquele momento. Saí da cozinha e subi pro meu quarto. Eu não entendo essa mania terrível que ele tem de sempre pôr em pauta o fato de eu ser gay em todas as nossas brigas.
 Eu estava muito triste, precisava conversar com o Erick então fui verificar se ele estava online. Estava.
 
   Sky: Pode conversar? Erick?
   Erick: Oi, Sky. Aqui é a Raquel, o Erick acabou de sair pra comprar lanche pra gente. Eu o aviso que quer conversar com ele tá?
   Sky: Tudo bem - respondi, fechei o nootbook e resolvi dormir um pouco pra esquecer tudo aquilo.