sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Eu gosto quando você vem sem eu chamar. Odeio quando preciso implorar a sua atenção. Gosto quando encosta as suas mãos calejadas nas minhas. Gosto quando me olha e tenta me desvendar, tenta entender o porque de todo esse turbilhão de problemas. Amo ser um mistério na sua mente. É melhor não saber o que se passa aqui dentro, você se perderia em meio a tantos problemas. Tudo o que precisa saber é que, amo essa paz que você me traz e que essas borboletas inquietas no meu estômago um dia vão acabar me enlouquecendo. Precisa saber também que no primeiro segundo em que me vejo longe de você eu já morro de saudades, eu tenho uma vontade insaciável de você, e eu não sei evitar, o pior é que nem quero. A única coisa que quero é que continue segurando a minha mão, que os seus pés quentes tentem ao menos esquentar os meus que são estranhamentes gelados, que as borboletas no teu estômago continuem apenas no meu jardim e que a sua sede seja matada apenas por mim.
 - Dru

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Bateu saudades...

Hoje decidir escrever mais uma vez sobre nós dois. As palavras vão saindo pausadamente. É muito difícil falar sobre você. As lembranças me causam um efeito muito forte. Me dói lembrar de como tudo era tão bom e que hoje tudo é só saudade. Tinha sexo, brigas, reconciliações. Eu adorava toda essa mistura, não tinha coisa melhor do que ir pra cama com você logo após uma briga. Você tinha um dom de minimizar os meus problemas, tudo desaparecia quando eu estava ao seu lado. Quando eu estava com você não conhecia o que era limites, toda aquela adrenalina e perigo me deixavam excitada. Muitas vezes eu fazia as coisas erradas só pra te ver gritando comigo, como se fosse o meu dono, e o pior que você é mesmo. Esse teu jeito autoritário é tão sexy. Quando você terminou comigo me disse que estaria sempre ao meu lado, pra o que eu precisasse e hoje eu preciso de mais uma noite ao seu lado. A janela do meu quarto continua aberta como de costume. Não demore muito, eu não aguento mais esperar.
  - Dru

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Part. 3 - Pra sempre? Nem sempre


 No começo da conversa os meus pais acharam que iriam ser avós. Ficaram até felizes, mas logo vi aquela expressão de felicidade mudar ao saber sobre o que se tratava. Não me botaram pra fora, nem nada do tipo, mas me excluiram das coisas de família. Nas refeições nem me olhavam, o clima estava realmente muito tenso.

 Eu não tinha tempo pra está pensando muito naquilo até porque eu só vivia na casa da Sam, não conseguia mais ficar longe dela.

  (Um mês depois)

 Tudo estava indo tão bem, Meus pais já estavam começando a nos aceitar, nossas famílias até já se conheciam.
 O Patrick pagou fiança e saiu da cadeia, mas com uma medida de proteção dada pelo juiz pra que ele ficasse longe de mim e da Sam.
  Naquela semana a Sam estava se queixando de dores em seus pulmões, estava muito fraca ultimamente e não aguentava fazer às mesmas coisas de antes, com tudo ela cansava, até chegou a ir pro hospital. Resultado de muitos cigarros. Eu tinha conversado com ela naquela madrugada. Me pareceu que estava muito triste, porém continuava fumando e bebendo muito, Acabamos brigando por isso. Eu sabia onde aquilo iria levá-la. Deu meus parabéns quando o relógio bateu as meia noite e disse que iria dormir. Eu só não sabia que ela não iria acordar mais.
  Quando acordei não tinha nenhuma mensagem dela, não puxei conversa, nem nada do tipo e nem ao menos ela conversava nos grupos como de costume. Não era só eu quem estava notando o sumiço dela, a Ana também e até me ligou.
 - Parabens, amiga. Mas antes de mais nada estou ligando também pra saber da Sam, ela sumiu, não atende o telefone.
 - Obrigado, Ana. Eu não sei, nós brigamos ontem e ela só me deu parabéns e foi dormir.
 Mandei mensagem o dia todo e nada dela. Comecei a perceber que a historia estava se repetindo, pensei até que ela estivesse me traindo.
 Já estava escurecendo, fiz uma festinha com poucas pessoas. Todo mundo já havia chegado, mas nada dela. Ninguém me importava ali, só a Samantha e comecei a sentir uma dor no meu coração, um sentimento de perda. Não estava entendendo mais nada.
 Toca o telefone, a minha mãe atende, começa a chorar. Eu sem entender nada, mas meu coração já sabia do que se tratava.
 A Sam morreu no dia 8 de fevereiro, ou seja, no dia do meu aniversário. Foi encontrada morta pelos pais no escritório da sua cara, morreu por uma parada respiratória. Ela sempre dizia que não queria morrer velha e que poderia morrer por qualquer coisa, menos por câncer. Lembro-me também que disse pra mim que se Deus quisesse leva-la naquele momento ela iria muito feliz, só por ser namorada da menina mais linda que seus olhos azuis já tinham visto na vida. Lembrar de tudo aquilo fez o meu coração doer, caiu a ficha sabe? Ela não vai está mais aqui pra me abraçar, pra me beijar, me aquecer quando eu estiver com frio. Tudo vai perder a graça.
Ao ver todas aquelas pessoas me olhando com cara de dó eu comecei a chorar e eu não parava, até que desmaiei. Eu não tinha mais o amor da minha vida. Eu não podia acreditar.
 Quando acordei todo mundo já tinha ido embora. Meus pais vieram me abraçar, com isso voltei a chorar. Pedi pra o meu pai me levar até a casa dela.
  Quando cheguei todos os meus convidados estavam lá, com os mesmos trajes, assim como eu. O corpo dela tinha acabado de chegar do necrotério, estavam colocando no caixão, quando comecei a gritar.
 - Você não pode me deixar, não agora, não é só assim, Samantha, você vem, faz eu me apaixonar e vai embora? Você está sendo egoísta. Acorda, meu amor, por favor, não me deixa sozinha, não agora.
 A mãe dela veio me segurar, me levantando, pois eu já estava ajoelhada ao lado do corpo.
 Fui pra casa. Eu não tinha a menor condição de continuar ali. Tomei um banho, deitei na cama e comecei a olhar nossas fotos, aquilo tudo agora só seriam lembranças. Chorei até dormir.
 Pela manhã os pais dela ligaram pra minha casa pra dizer a hora e o local do enterro.
 Ela não queria que ficássemos tristes, mas foi impossível ver o corpo dela ser enterrado e ter que saber que eu nunca mais a veria. Ela foi enterrada como sempre quis, ao som da sua banda favorita, maquiada e com o seu vestido de debutante. Ela estava linda, e eu não poderia deixar de me despedir sem ao menos beija-la. Tamparam o caixão e levaram parte de mim. Eu não poderia deixar de falar do quão importante ela foi pra mim, aquela era hora de todos saberem o quanto eu a amava.
 - Samantha, era a coisa mais linda que os meus olhos se permitiram ver. Não tinha como não se apaixonar por aquele jeito espontâneo, ninguém resiste. É tanto que nem eu, ela fez o que parecia loucura pra mim se tornar a melhor coisa de todas. Ela com toda a certeza do mundo foi a melhor coisa que já me aconteceu, ela fez eu me sentir viva. E me orgulho tanto por ter tido a oportunidade de ter sido a Samantha o grande amor da minha vida. Durou pouco, mas tenho muito do que lembrar. Tão linda por fora e mais linda ainda por dentro. Eu vou sentir muitas saudades, estará sempre na minha memória e no meu coração. Como também estará em seus corações.
  Quando cheguei em casa fui pra parte de onde mais gostávamos de ficar juntas, no jardim. Deitei na grama e comecei a olhar o céu, que apesar de um dia triste estava muito lindo. Vi que uma estrela brilhava mais forte, ela era linda, radiante, assim como a Samantha que também está em um lugar onde jamais irá ser alcançada.
  Eu vou sentir saudades daquele sorriso, de não ser o motivo do riso, daquele cabelo loiro, de tudo. Mas eu vou esperar até o dia que chegue a minha hora de ir me juntar a ela lá no céu. Iremos aproveitar tudo o que não aproveitamos aqui na terra. Espero que continue me vigiando e me dando forças pra encarar tudo, meu amor. Não importa onde esteja, será pra sempre, as palavras acabam aqui, nossa história não.

   FIM 

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Part. 2 - Pra Sempre? Nem sempre

Antes de responder eu pensei milhares de vezes o que dizer. Não gosto de mentiras, então disse que eu namoraria, que não via problema nenhum nisso. E todas às pessoas por algum motivo começaram a me olhar estranho e a só me fazer perguntas, acho que por ser nova entre eles, sei lá, mas já estava chato. Chegou a vez da Sam e ela também perguntou a mim.
 - Você gostou do meu beijo?
 Todo mundo voltou a me olhar. O Alex me pareceu impressionado. E eu não sabia o que responder, se eu negasse a machucaria e se dissesse que sim ele contaria tudo pro Patrick. Mas e daí? Eu não devo satisfações da minha vida. Mas não demorou muito pra que ele fosse correndo dizer tudo e até mais pro amiguinho.
 Eu já estava muito acostumada com a presença da Sam na minha vida. íamos pro shopping juntas, fazíamos tudo juntas. Com o tempo comecei a receber mensagens anônimas dizendo que todos iam saber do meu segredo, com piadas sobre lésbicas e isso chegou aos ouvidos dos meus pais. Que acabaram me proibindo de sair com a Samantha. A cada dia a via mais longe de mim. Eu já não estava me aguentando de saudades. Não estava entendendo o porque de sentir tanto por alguém que eu conhecia tão pouco, Não sabia o que estava acontecendo comigo, mas eu precisava vê-la, dizer que sinto muito e que nada daquilo era culpa minha. Quando cheguei a casa dela percebi que estava chorando. Meu Deus, ela era tão linda, até mesmo chorando. Eu adorava olhar pra ela, aqueles olhos me atraíam. Eu não queria brigar, muito pelo contrário, ela estava machucada, e eu só pensei em uma coisa pra fazer com que às coisas ficassem bem. Então eu a beijei.
 Eu não tinha certeza se era aquilo mesmo que eu queria, mas tudo parecia tão bom naquele momento. Ficamos nos beijando até que meu celular tocou. Era a minha mãe percebendo a minha ausência. Tínhamos pouco tempo até que minha mãe não surtasse e chamasse o FBI pra me procurar. Dei mais um beijo ardente nela. Infelizmente eu tinha que ir embora.
  Eu não sabia como seria de agora em diante, eu só sabia que estava apaixonada. Sei que tudo aconteceu muito rápido e que até horas atrás eu não tinha certeza do que eu queria. Mas agora eu sei sabe? Eu quero ela, não tem ninguém nesse mundo que me faça mais feliz. Ela sabe exatamente o que me dizer e quando ela me abraça é ali que eu quero ficar até o resto da minha vida.
 Como não podíamos nos ver tivemos que continuar nos encontrando as escondidas. Eu já tinha contado toda a verdade pra Melissa, e por incrível que pareça foi o único momento que ficamos juntas como irmãs. Ela me entendeu e não me julgou em nenhum momento. Vendo o que eu estava passando a Melissa resolveu me ajudar a passar mais um tempo com a Sam. Então, me chamou pra ir pra um rancho da família do Bruno, o namorado dela. Fez com que eu chamasse a Sam, o que eu achei maravilhoso, era o que eu mais queria. Eu seria eternamente grata a minha irmã.
 Chamei a Sam, que se animou muito. Eu adorava vê-la sorrindo e saber que era eu o motivo do seu riso não tinha preço.
 Chegou o final de semana. Fizemos um caminho diferente pra passar no prédio da Sam só pra que os nossos pais não percebessem. A mãe dela veio levá-la até o carro. O Bruno fez questão de demonstrar que era o mais responsável possível, e claro que era o cara mais bobo que eu conhecia. Mas enfim, eu estava com ela, era só o que importava.
 No primeiro dia do nosso final de semana juntas eu estava com muito medo do que poderia acontecer naquelas próximas noites. Acontece que eu não tinha a menor ideia de como fazer sexo com uma mulher e aquilo estava me deixando louca. Quando eu percebia que o clima estava esquentando eu sempre inventava uma desculpa. Eu estava realmente com muito medo, ela até percebeu.
 - Você não precisa fazer nada que não queira, Lucy.
 - Não é isso, Sam. Eu quero, é que...tenho medo.
 - De quê?
 - É que não sei como fazer isso, é estranho.
 - Podemos tentar? Te prometo que se não conseguir paramos e deixamos pra lá.
 - Ok. Você promete que vai ser tudo maravilhoso?
 Ela disse que seria e realmente foi. Ela me tocava como se eu fosse a coisa mais delicada do mundo e todas as coisas ruins que no momento passaram na minha cabeça imaginando aquela cena tinham indo embora. Não foi ruim, muito pelo contrário, foi mágico.
 Voltamos na segunda depois do almoço. No caminho marquei de ir no McHappy com a Sam. Marcamos de ir umas três horas da tarde, que assim não teria perigo dos meus pais saberem, já que estariam no trabalho.
 Eu nem sabia o que vestir e sem perceber eu já estava me arrumando pra ficar bonita pra Sam, como eu fazia com o Patrick. Peguei um vestido florido que havia ganhado no meu aniversário anterior e lembrei que já estava chegando o próximo.
 Chegando lá vi que ao lado da nossa mesa estava o Felipe e o Patrick, eles não paravam de olhar. A cada movimento meu e da Samantha eles olhavam e comentavam. Aquele clima estava muito chato, deixamos o estabelecimento e caminhamos até o estacionamento. Estávamos nos abraçando quando ouvimos uma voz dizer o meu nome, era o Patrick.
 - Então é isso, Lucy. Perdi pra uma mulher?
 Não respondi e continuei andando, ele apressou os passos e segurou meus braços.
 - Você está me machucando, me solta – eu disse enquanto tentava me soltar.
  A Sam acabou tentando tirar os dedos dele dos meus braços e nessa tentativa ele acabou dando um soco na cara dela, isso fez com que ela caísse no chão. Assim que caiu ele continuou a bater nela. Eu tentei de todas as formas separar, fazer com que ele parasse, mas nada adiantou, ele era mais forte do que eu. Tudo foi tão horrível. Ele a espancou, xingando ela de "sapata" e ainda saiu correndo quando chamei os seguranças. A Sam estava sangrando no chão, muito sangue, eu só sabia chorar. Ela já estava desacordada, mas mesmo assim fiz questão de não sair do lado dela. Segurava a sua mão e dizia que tudo ia ficar bem.
 Assim que chegamos ao hospital eu liguei pra o Alex, expliquei tudo e mandei que avisasse aos seus pais. Logo depois liguei pra Melissa e mandei ela dá um jeito de me encobrir até a noite.
  Já estava escurecendo, os pais da Sam já haviam chegado, me olhavam com cara feia. Se queriam me fazer sentir culpada estavam conseguindo.
 O Alex chegou chorando, me pedindo mil desculpas, dizendo que foi ele quem tinha contado tudo pro Patrick, e que ele estava mandando às mensagens. Eu nunca tinha esperado isso dele, pelo menos não às mensagens. Aquilo realmente me surpreendeu, mas aquele não era o exato momento pra discussões.
  Lá pras oito da noite, o médico veio até nós e disse que ela tinha acordado, que estava muito machucada e com vários arranhões em algumas partes do corpo, que tinha quebrado o nariz e que o impacto da pancada ao cair foi o que fez ela desmaiar.
 - Os senhores já denunciaram o ocorrido? – Perguntou o médico aos pais da Sam. Eu fiz questão de responder por eles.
 - Ainda não, inclusive estou indo fazer isso agora mesmo. – disse enquanto me dirigia  a saída do hospital.
  Fui dá queixa na delegacia com a Melissa. Eu estava com tanto ódio daquele idiota. Fiz questão de ir até a casa dele só pra vê-lo sendo preso. Agora sim eu estava mais relaxada.
 Quando acordei vi que era o dia de contar toda a verdade para os meus pais. Nada mais me importava mesmo, se não me aceitassem eu não poderia fazer mais nada, então arrisquei.
 
    Continua...

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Part. 1 - Pra sempre? Nem sempre

  Era noite de natal, eu já havia ligado pro Patrick umas mil vezes e nada dele atender.
 Eu e o Patrick namoramos a quatro anos, começamos a namorar quando eu ainda tinha doze anos, ele foi o meu primeiro namorado. Toda data comemorativa passávamos juntos e achei estranho o sumiço repentino dele. Enquanto eu tentava me acalmar achando que havia acontecido alguma coisa de grave, a minha irmã, a Melissa, estava mais interessada em querer pôr na minha cabeça que ele poderia estar me traindo, mas isso chegava a ser patético, eu confiava nele de olhos fechados, sabia que não tinha nada com que me preocupar. Horas se passaram e nada do Patrick então resolvi ir à casa dele.
  A Dona Elena, mãe do Patrick abriu a porta logo após eu ter tocado a campanhia umas duas vezes.
 - Oi, minha filha. Entre, ele está lá em cima com a prima que acabou de chegar do Canadá.
 - Obrigada. Um ótimo natal pra senhora. - Fui andando as escadas até chegar a um corredor onde ficava o quarto do Patrick, pensei em bater na porta, mas como estava um silêncio por todo o cômodo resolvi abri assim mesmo. Assim que abri o vi beijando a sua prima.
 Eles nem tinham percebido a minha presença, pelo visto a coisa estava muito  boa, até a “lambisgóia” me ver. Assim que me viu ela saiu dos braços dele e se escondeu em suas costas. Com toda certeza achando que eu ia dar na cara dela e ela estava certíssima. Ele tentou de todas as formas me controlar, e mesmo que eu quisesse manter a calma, não dava, daí comecei a bater nele, até não ter mais forças pra fazer nada, a não ser chorar. Então, eu desabei, alí mesmo, na frente dos dois. Ao me ver naquele estado ele pediu pra que ela saísse do quarto para que pudéssemos conversar.
 - Não foi nada do que parece, Lucy. Ela quem me beijou, eu te juro!
 - E você continuou com o beijo, cara? Você estava tão distraído com àquela vagabunda que nem me viu chegar, faça me o favor.
 - Me perdoa, por favor. Sério, eu te amo, me escuta, que merda. - Disse enquanto passava as suas mãos pelo meu rosto.
 Assim que ouvir ele dizer que me amava me deu uma vontade imensa de vomitar. Eu não queria ouvir mais nada, a pessoa que eu mais amava na vida me decepcionou. Saí por àquela porta com uma única certeza: eu não iria pra casa. Eu não aguentaria ouvir as pessoas me perguntando o porque de tudo.
 Aquela noite havia ficado triste, eu andava pelas ruas e tudo que eu queria era ficar o mais longe de casa possível. O meu celular não parava de tocar, era a minha mãe, não atendi. Passei por várias casas, restaurantes, lojas, até avistar um bar onde havia um grupo de amigos, presumo que sejam universitários. Não tem a família aqui pra comemorarem. Assim que cheguei ao bar me sentei a uma mesa ao lado da deles. Até então eu não havia ingerido nada alcoólico, até uma garota linda, loira, de olhos azuis me chamar pra me juntar a ela e os seus amigos.
 - Oi, meu nome é Samantha. Quer se juntar a nós? Estava reparando que você tá meia tristinha.
  Nem deu tempo pra que eu pudesse dizer meu nome ou se aceitava. Ela já estava me puxando pra dançar perto deles. A noite acabou ficando mais alegre e preferi esquecer o que havia acontecido mais cedo. Eu nunca havia bebido tanto, mas beber naquele momento me pareceu a melhor coisa, nunca me sentir tão livre como naquela noite. Lá pras duas horas da manhã eu já estava fora de mim. Comecei a dançar uma música calma com a Sam. Era assim que eu já a chamava. Então, me lembrei que ela não sabia meu nome ainda, então enquanto dançávamos me apresentei.
 - Meu nome é Luciana, mas pode me chamar de Lucy tá?
 Ela pegou a minha mão e apertou dizendo ser um prazer me conhecer, sorri e logo fui dançar com as outras meninas. Tudo lá era muito novo pra mim, eu nunca havia feito nada daquilo, mas eu já agia como se nos conhecêssemos desde criança. Ficamos no bar até umas quatro da manhã. Assim que toda aquela alegria passou comecei a imaginar a bronca que eu irei levar assim que chegasse em casa. A Sam se ofereceu pra me levar em casa, então primeiro deixamos a Ana e o Marcos que moravam bem perto da minha casa e logo depois ela foi me deixar. No caminho até a minha casa ela havia fumado no mínimo uns sete cigarros. Ela era linda como a Barbie, mas fumava que nem o Marley. Assim que paramos em frente a minha casa, agradeci a ela por tudo e acabei contando tudo o que tinha acontecido, mesmo que me doesse tanto lembrar. Ela me deu alguns conselhos, disse que ele não me merecia e que eu ainda seria muito feliz. Percebi que o sol já havia aparecido então eu disse que tinha que entrar, mas quando fomos nos abraçar, ela me beijou.
  Acordei com uma bela dor de cabeça, acho que aquilo se chamava ressaca, outra coisa nova pra mim. Com isso, demorei um pouco pra digerir o que tinha acontecido anteriormente, da traição ao beijo, foi uma noite realmente cheia de surpresas. Antes de olhar o meu celular, fui ao banheiro tomar um banho pra depois tomar meu café da manhã, Quando desci percebi que não tinha ninguém em casa, só a Melissa dormindo até tarde, como de costume. Assim que subi pro meu quarto olhei o meu celular, tinha 20 ligações do babaca do Patrick. Mas como assim? O que ele ainda queria? Excluí ele de todas às redes sociais. Quando me dei conta de que já estava em um grupo no whatsapp com os amigos da Samantha e eu nem ao menos me lembro de ter passado o meu numéro. Comecei a ler as mensagens e percebi que estavam marcando de irem comer no McHappy, uma lanchonete que era famosa por seus hambúrgueres maravilhosos. Concordei em ir, era perto da minha casa mesmo. Acho que a minha mãe deixaria, mesmo depois de tudo.
  Assim que cheguei avistei a Sam, mas com ela também estava o Alex, que era amigo do Patrick, que deve ser outro idiota. O Patrick sempre comentava dele, dizia que ele era engraçado e tudo, mas nunca cheguei a trocar mais de duas palavras com ele.  Me aproximei da mesa, cumprimentei a todos e em seguida me sentei ao lado da Sam. De início fiquei meio intimidada pela presença dele eu não sabia que eles o conheciam. Fiquei com isso na cabeça e acabei chamando a Ana em um canto e perguntei se ele e a Samantha eram namorados.
  - Não, eles são irmãos de criação. A mãe dele era empregada da casa dela, e não tinha condições de cuidar. Então, os pais da Sam o pegaram pra criar.
  - Ah sim, entendi.
 Nos divertimos muito, até certo momento em que inventaram de brincar de um jogo de perguntas. A Ana foi super direta já me perguntando se eu namoraria garotas. Demorei um pouco pra responder, aquilo nunca tinha passado pela minha cabeça e então veio a sensação e a lembrança do beijo novamente. Eu estava evitando pensar nisso, aquilo me assustava, mas por incrível que pareça eu tinha gostado.
 
   Continua...

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Tenho que confessar uma coisa a vocês, numa boa, minha namorada é a coisa mais linda que alguém já possa ter visto nessa vida. Sério, não falo isso só por ser completamente parado na dela e amar tudo o que ela faça. Falo porque a filha da mãe é linda até quando acorda, as vezes acordo primeiro e fico olhando ela dormir desejando que ela esteja sonhando comigo. O momento que ela mais fica linda é quando está brava, amo ficar provocando só pra vê-la fazendo birra. Mas como se meu coração aguentasse quando ela aparece vestida na minha camiseta favorita, né? Ela sabe como me provocar, ela sempre ganha. Admito que fiquei com um pé atrás quando a conheci, aquele jeito todo explosivo de ser, falando alto, rindo como se não houvesse amanhã. No começo achei que fosse medo dela, mas só era o amor batendo na porta. Cheia de loucuras, vive quebrando regras e eu que sempre fui certinho nunca gostei tanto de me perder. A companhia dela faz qualquer coisa parecer certa e boa. Fico olhando pra ela e tenho que me lembrar de agradecer a Deus por me dar a honra de tê-la ao meu lado. Meu bom Deus, obrigado por ser eu o homem destinado a fazê-la feliz. - Dru
Perdi a conta das inúmeras vezes em que me perguntaram se eu estava bem, eu sorria e fingia que estava tudo ótimo. Então, eu enganava as pessoas com o meu falso humor, aliás, eu enganava a mim. Não queria preocupar ninguém, ou deixar alguns curiosos com o meu comportamento, se é que realmente se importavam. Mas é assim mesmo, a gente nada em sorrisos pra não se afogar em lágrimas.
 - Dru
Só preciso que diga que você vai ficar ao meu lado, querido. Chega de incertezas, chega dessas dúvidas que tomam a minha cabeça. É muito simples, sim ou não, vai ou fica. Se caso sim, eu vou te dar todo o amor da mundo. Se você tem medo de não ser feliz você pode relaxar amor e felicidade não vão te faltar. Se caso não, pode ir, te amo, mas não sou idiota e a vida continua com você, ou sem você. E tenha toda a certeza que continuarei a sorrir. Então decida-se, o meu amor é muito, mas a minha paciência é pouca. - Dru
É você, sempre será você. Você com suas manias, eu com meus defeitos. Você e seu jeito doce com a mistura do meu amargo. Eu com meus problemas, você sempre com as soluções. Você com seu dom de me reerguer. E é com voce que eu quero casar e ter filhos, é com você ao meu lado que eu quero acordar. É com você que eu quero sempre estar. Porque é com voce que me sinto leve, só você acalma a sua “bravinha". É você nos meus sonhos, é voce no banheiro, no quarto, na cozinha, na casa da biza, no meu trabalho. Você por toda parte. Penso em voce o dia todo. Eu te amo sempre, mesmo quando te mando pra puta que pariu. E amo mais ainda quando você sempre volta e me acalma, mesmo eu não merecendo. Sei que nunca demonstro que te amo, mas eu te amo e não é pouco tá? Você é insubstituível e chato, mas eu pertenço só a você, desde o momento em que nos conhecemos sempre foi você. - Dru
E a gente briga, se xinga, nos desentendemos, mas somos feitos um pro outro, amor. Amo suas revoltas, amo cada palavra que sai da sua boca, amo seu sorriso. Você já deve saber que tudo o que faço eu exagero, por isso deve saber também que te amo tanto, que é tanto amor que quase não cabe em mim. Você é meu parceiro em todas as horas. Sei que nunca vai me deixar, e sei também que você nunca teve dúvidas alguma de que eu também nunca te abandonaria. Então só te peço uma coisa príncipe, quando você me enjoar quero que lembre-se de tudo o que te fez me amar até hoje, assim o nosso amor nunca acabará. Prometemos que seria até o fim, para todo o sempre, então assim será. Quando você cair eu vou está aqui pra te levantar, pra te amar. Cada pedacinho meu é teu e cada pedacinho seu é meu. E não se preocupa com nada que possa te assustar tá? Só segura a minha mão e sucega que a missão de te fazer feliz é minha. - Dru
Eu gosto dele sabe.
Eu sabia que iria me apaixonar, aliás, qualquer pessoa no meu lugar iria se apaixonar por aquele riso, aquela boca, aquele corpo. Aquela barriga, eu amo aquela barriga. Mas não digo que me apaixonei pelas características físicas, muito pelo contrário, me apaixonei porque ele demonstrou estar ao meu lado, ele me elogiava e fazia eu me sentir maravilhosa. Enxugava as minhas lágrimas quando eu não me achava pronta o suficiente pra encarar o mundo e por esses e mais outros mil motivos eu sou apaixonada por ele. Ele é dono do meu coração, ele tem dentro de si tudo o que eu sempre quis, ele tem a mim. - Dru

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Meu caro, Augusto. Estou escrevendo essa carta pra te informar que eu não me importo em vê-lo beijar outra. Até porque no final da noite é pra minha cama que você vem. É no meu corpo caloroso que você procura se esquentar. Não importa o que ela faça, eu sempre farei dez mil vezes melhor. Eu e essa minha mania de sempre ser melhor que os outros não é mesmo, Augusto? Tadinha da sua mulher. Mentira, não dou a mínima pra ela. Só me importo com você e amo essa sua dúvida. Fico imaginando como deve ser engraçado você ainda pensar com quem ficar essa noite. Não pense muito, nós dois sabemos que é aqui na minha cama que acabará dormindo. Então adiante-se, passei o perfume que você adora. Mas caso pense demais e acabe fazendo a escolha errada eu me verei sendo obrigada a te excluir da minha vida, ou melhor, da de todos. Não me importo em dividir você, me importo em deixar de ser prioridade. Só isso o que eu tinha a dizer, espero que tenha entendido o recado. Com amor, da sua querida amiga Isabel. - Dru

domingo, 10 de janeiro de 2016

Desde pequena eu sempre fui a que sonhava demais. Eu queria ir pra cidade grande, ver artista e me tornar íntima deles. Eu queria dinheiro, estudar e ser alguém nessa mísera vida. Eu sempre fui original, buscava nunca imitar ninguém, criava meus bordões, minhas idéias e passava pra quem me rodeava. Dava certo, bastava uma palavra e todos estavam lá me imitando. Nunca me limitei a nada, e tenho uma teimosia extraordinária. Se eu quero, eu posso, eu consigo, não tiro uma meta da minha cabeça até que ela seja concluída. Eu sempre fui cheia de ambições, os meus amigos sempre se contentavam com tão pouco e eu sendo eu buscava mais, sempre mais, nada me satisfazia. Essa mania de querer ser mais me ajudou muito a conseguir lidar com tudo o que já passei nessa vida. Problemas demais. Precisei crescer muito rápido ou então eu enlouqueceria com o rumo que as coisas estavam tomando. Não sei se a criança que eu era teria orgulho do que eu me tornei hoje. Mas eu tenho orgulho do que me tornei, consegui tudo o que eu queria. Tenho saúde, sucesso no emprego, amigos que me amam e uma família maravilhosa que são a minha maior riqueza. Planejei demais e acabei esquecendo que as coisas boas só acontecem quando menos esperamos. Acho que agora posso parar de procurar pela felicidade, ela me achou. Não preciso de mais nada, o que tenho já é mais do que suficiente. - Dru

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Estava claro nos seus olhos que você amou quando eu disse que não te queria mais. Mesmo que pra mim isso fosse um absurdo, porque apesar de tudo era impossível deixar de te amar. Mas talvez tenha sido melhor assim, porque nem ao menos lutou pra me manter ao seu lado, sinal de que não fazia muita diferença a idiota aqui por perto. Pra você foi melhor não ter perdido o seu precioso tempo comigo. Afinal, eu não tenho um corpo escultural como elas não é? Não era assim que você dizia aos seus amigos? Realmente, não tenho, por onde passo não alegro os homens, nem deixo as mulheres com inveja, não sou a melhor entre as minhas amigas. Eu só sou eu, de corpo e alma. Eu sou a que te ama, a que se doa por inteiro e luta a cada dia pra que tudo dê certo. Eu sou aquela que te cuida e te vigia quando está doente. Eu sou aquela que estar com você toda vez em que você procura. Mas você, é aquele que nunca acha nada suficiente, que uma pra você não basta. Você sempre quer mais e mais. É de se admirar, que lista grande e que maturidade tão pequena. Eu sou diferente delas, eu não me deixo levar por um rostinho bonito e é por isso que estou indo embora. Me desculpe se eu não pude participar da sua lista de corações partidos, acontece. - Dru
Talvez agora seja a hora de voltar a ser o que eu era. Não aguento mais exercer um papel que não é meu. Preciso me encontrar e fazer as coisas nas quais me sinto bem. Não posso apenas fazer bem aos outros e esquecer de me beneficiar também. Não é assim, nunca foi, porque agora deixo as pessoas se sentirem donas de mim? Eu não sigo, eu lidero e por um momento eu acabei esquecendo que esse jogo é meu. Que quem me rodeia tem que seguir as regras pra que eu possa ser a única pessoa a quebrá-las. Parece egoísta da minha parte não é? Mas essa sou eu, não a que sai por aí de dia fazendo bondades sem esperar algo em troca. A verdadeira eu quer algo em troca sim, e o preço do meu favor é caro. A verdadeira eu não liga pra o que ninguém pensa. A verdadeira eu luta com unhas e dentes pra conseguir o que quer, não importa quem eu tenha que derrubar. Que falem o que quiser, eu só estou garantindo a minha sobrevivência nesse mundo tão cruel. Se te derrubei pra chegar aonde cheguei me desculpa, mas antes você caindo do que eu. - Dru